domingo, 10 de outubro de 2010

VARGAS LLOSA: CHEGOU A SUA VEZ

Vargas Llosa: chegou a sua vez. Eu o convido a vir até ao Oriente e assumir a direção do Trono de Salomão. Você acabou de ganhar o prêmio máximo de literatura mundial: O PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA/2010. Eu sempre fui seu fã, desde minha adolescência. Um latino-americano, nosso irmão peruano, ganhar este prêmio, é uma honra para toda a América, principalmente as Américas de lingua espanhola e portuguesa. Nós, escritores latino-americanos somos agraciados pela beleza, riqueza, organização gramatical do português e do espanhol, filhos da lingua latina, assim como o francês, o italiano, entre outros. Por escrevermos na orfandade latina, carregamos no DNA de nossa lingua, toda a cultura latina. Ainda mais, nossa lingua é enriquecida pela lingua grega e assim somos contemplados pelo apogeu da Grécia. Somadas também palavras da cultura árabe com dialetos ameríndios e africanos. Toda a mescla destes povos entrou em nosso espírito e resplandeceu em nossa literatura. Assumindo esta nobre condição mundial, eu também gosto de escrever em espanhol.
Jorge Mário Vargas Llosa nasceu em 28 de março de 1936, em Arequipa no Perú. Sua obra literária denuncia a desigualdade latina-americana, o sistema de poder de uma classe sobre outra, a luta pela liberdade individual, a opressão das ditaduras e os valores humanos.
Vargas Llosa é formado em filosofia e escreve romances, peças teatrais, ensaios literários e políticos. Em 1988, pela Frente Democrática (FREDEMO) chegou a lançar sua candidatura para Presidência do Perú/Pleito 1990, porém perdendo para Alberto Fujimori. Até este lance merece conotação. É só ler a Ditadura Fujimori para entendermos que na política Vargas Llosa viveu o papel que defendeu na literatura: a busca da liberdade individual, a luta contra a opressão, a ditadura, etc.
Foi a filosofia o embasamento principal de seu pensamento literário, pois ele recebeu a influência do filósofo francês existencialista Jean Paul Sartre. Este solicitava aos intelectuais que fossem elementos ativistas dentro de suas sociedades. Jean Paul Sartre recusou a receber o Prêmio Nobel de Literatura de 1964, cujos motivos não venhamos ao caso aqui discutir, tendo em vista a época em que vivia. Ele dizia que a existência precede a essência.
Existir é o nosso maior desafio. Resistir é a nossa maior oportunidade que não podemos perder.
Vargas Llosa, todos nós nos orgulhamos de você. Parabéns, parabéns milhares de vezes, não só pelo prêmio dado pela Academia Sueca, nem tão pouco pelo valor do mesmo, mas pela qualidade de toda a sua obra literária, sempre direcionada para a elevação da sociedade humana, a partir de seu foco principal, a questão peruana englobando a latino-americana.

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